Daniel Pereira (JUV)

Eirense - Oito meses de suspensão...

O U.C. Eirense, tem hoje uma pagina de destaque no jornal Record, (pagina 23), embora não pelas melhores noticias, mas mesmo assim não deixa de ser bastante significativo e motivo de satisfação, porque afinal não é todos os dias, que um clube da Distrital, é destaque de uma das maiores publicações a nível nacional.
Serve a notícia para nos dar a conhecer que, Daniel Pereira, de 16 anos, jogador dos juvenis do UCE, foi castigado com 8 meses de suspensão, agravada com multa pecuniária ( 200 euros), que entretanto foi paga pelo clube. Esta suspensão deve-se ao facto ocorrido, no jogo entre o Eirense e o Ribeirense, a contar para o campeonato distrital, disputado em 14 de Outubro do ano passado, em que na altura da sua expulsão, o Daniel dirigiu-se ao árbitro tendo-lhe cuspido na cara e injuriado com palavras menos próprias. Sendo que o atleta é já reincidente em expulsões, tendo tido só à sua conta mais 3 ou 4, facto esse que levou ao agravamento da pena.
Segundo o jogador - transcrito pelo jornal Record - terá reagido a quente, sendo que no dia seguinte pediu desculpas aos treinadores, colegas e direcção. Adianta ainda que, como agora estará privado de jogar durante os tais 8 meses, também não se irá treinar por estar desmotivado.
Nas palavras de Carlos Costa, director desportivo do Eirense, encontra-se uma parte da explicação, sendo esta que o jogador vive num bairro problemático e como tal não tem o acompanhamento que deve ter nesta idade.
Para quem não teve acesso à edição impressa do jornal, pode ler um pouco da entrevista na edição online em http://www.record.pt/noticia.asp?id=769901&idCanal=481
Depois de lermos a entrevista várias são as questões que se levantam:
Será que é com penas de suspensão deste calibre que se acaba com a indisciplina nos campos, ou apenas acaba com os atletas?
O que vão fazer estes 8 meses de paragem ao Daniel, uma vez que agora, segundo o próprio, nem se irá treinar? Irá meter-se numa vida menos condizente e hipotecar o futuro tanto social como desportivo? Ou alguém acredita que é neste hiato temporal que ele se irá encontrar com o seu intimo e retornará em grande, tanto como pessoa quer como jogador?
Que acompanhamento irá ter o atleta, depois de se afastar do futebol, tanto a nível pessoal, como psicologico? Pelas palavras dele depreende-se que se encontra muito fragilizado psicologicamente e acabará por desviar-se do rumo certo, oxalá não o faça.
Se o atleta é já reincidente em expulsões, tanto os castigos anteriores da AFC, como o próprio clube, não tiveram ou não souberam lidar com o seu comportamento e ele proliferou. Será que não teem que ambos de rever a sua maneira de lidar com os jovens?
Estas e muitas outras questões precisam de ser respondidas e principalmente debatidas, porque não nos parece de maneira nenhuma uma questão resolvida ou adequada, nem nesta nem noutras idades, mas principalmente a um rapaz que ainda está a iniciar o caminho, tanto da vida como do desporto.
Fazemos aqui um apelo a todos os clubes, para aproveitarem a reunião que vão ter já amanhã e levem este caso a debate, porque sem duvida dará muito que falar ainda e principalmente para prevenir casos futuros.

Fonte: http://futeboldistritalcoimbra.blogspot.com/